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domingo, fevereiro 03, 2008

SEI NADAR




SEI NADAR
De: Ysolda Cabral


Se o que escrevo é poesia,
Caí em desgraça!
Já não sei compor
Coisa alguma que tenha sentido
E que me traga de volta
A inspiração necessária,
Para mandar minha tristeza embora...

Tristeza instalada
Em cima do cansaço e da revolta,
Torna-se crônica e incurável.
Não há o que fazer ou lamentar...

Bato na testa, porta da minha cabeça (acho)
E, pergunto: tem alguém aí para me socorrer,
Compreender e me fazer parar de sofrer?

Resolvo me entregar ao mar...
Ele faz meu corpo suavemente flutuar...
Encaro o céu,
Azul de encantar,
E tento descobrir
Se algo há mesmo por lá...

De repente uma onda enorme vem
E me joga, com toda sua força e revolta,
Pra fora do mar...
Sentindo a terra minhas costas arranhar,
Lembro que é preciso, sem demora, levantar...
Mesmo assim continuo lá,
Atordoada, desamparada e sem pensar...

Logo o sol aquece e seca meu corpo,
Passando a queimar...
Então, me levanto, e, de teimosa,
Retorno ao mar...
Afinal, sei nadar!