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terça-feira, abril 08, 2008

SOB RAIOS





SOB RAIOS
De: Ysolda Cabral

Você se olha no espelho
Encara-se com relativa tranqüilidade
Entretanto, você não se reconhece
E isto é a pura realidade.

Realidade desencontrada
Daquilo que você vê
E que não confere
Com aquilo que você sente
O que fazer?

Logo constatamos
Que o mais importante
É àquilo que, diante do espelho,
Estamos vendo
Assim e muito de repente...

Como, contra fatos
Não há argumentos,
É muito ruim ter que admitir
Que o que queremos,
Sonhamos, fantasiamos,
Já não mais podemos.

Foi embora com o tempo
Senhor absoluto
De todos nós, tolos entes,
Aqui, neste planeta, existentes.

Se em outros planetas
Houver vida e lá não existir
O ingrato e perverso tempo
Vou ficar muito chateada
De ter vindo parar neste tormento.

Merecia ser consultada
E uma escolha eu faria
Se, contudo, lhe soubesse
Por aqui, com certeza,
Outro lugar não iria me servir.

Mesmo que me jogassem
No sul e você no norte
Mesmo assim minha escolha
Seria mesmo para este planeta vir.

Desde que, tivesse a certeza
De nos encontrar em algum lugar
Sob raios de sol ou de luar
De trovões ou de relâmpagos...
Mesmo assim eu não iria me importar
Viria mesmo para cá.