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domingo, dezembro 14, 2008

VOCÊ TEVE MEDO DE MORRER?

VOCÊ TEVE MEDO DE MORRER?
De: Ysolda Cabral


Domingo outra vez. - Que coisa!

Outro dia eu estava refletindo sobre a contradição que existe entre as horas e o tempo. É que muitas vezes as horas passam tão devagar e o tempo tão rápido que nem percebemos. Quando atentamos para o fato a vida passou e ficamos a espera das horas passarem até chegar a nossa “hora” de passar. É mole?!

Não sei por que essas reflexões só me ocorrem mais aos domingos. Talvez por ser um “dia de descanso”, de estar com a família e com programação leve. Afinal, a segunda chega tão depressa! – Viu só?! Quando digo: provo. (rsrs)

Acho que por isso sou cismada com o domingo.

Hoje, ele está especialmente lindo e eu não me animo para nada. Olho minha jardineira de hortelã cheirosa e ela de lá olha para mim como quem pergunta e agora? Fico sem resposta. O silêncio é completo. - Disso eu gosto!

Resolvo vir para o PC tentar escrever alguma coisa interessante, engraçada, com algum conteúdo legal, mas hoje é domingo e não me ocorre nada.

Daí lembro que, foi num dia assim, anos atrás, que meus pais foram ao hospital visitar uma velha amiga de minha avó paterna. Tratava-se de mulher fina, elegante e muitíssimo bem educada. Conhecida por sua alegria de viver, seu bom humor e sua inquietação. Estava sempre querendo sair, viajar, passear e, como o esposo era exatamente o oposto dela, sempre ia e vinha da maneira que bem entendia e sempre sozinha. Quando enviuvou todos tiveram certeza que ela a partir de então se tornaria de vez uma “viajante”. E, de fato isso ocorreu.

Não havia quem a fizesse passar muito tempo sem viajar. E, de volta de uma dessas viagens, sofreu um acidente. O veículo em que viajava ao trafegar por uma ponte sofreu uma colisão de outro veículo que vinha em sentido contrário e, no impacto, ela e alguns outros passageiros, foram projetados para fora do respectivo veículo - creio que ônibus - e jogados no rio sob a ponte.

Meus pais, assim que chegaram ao hospital, onde ela se encontrava em observação, meu pai lhe perguntou o que ela havia sentido com a perspectiva da morte, se teve medo... Essas coisas.

Ela então respondeu:

“- Alírio, a única coisa que me ocorreu foi que eu estava sem calcinha e minha saia voava junto comigo para dentro do rio. “

Eu posso com uma coisa dessas?! Eita mulher porreta, né mesmo? (Rsrs)
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Publicada também no Recanto das Letras