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terça-feira, julho 29, 2008

EM PLENA MADRUGADA




EM PLENA MADRUGADA
De: Ysolda Cabral


Hei! Você aí,
Que está dentro da minha alma,
Saia já daí!
- Não?
Certo! Então fique aí
E não perturbe por nada.

Saiba que este lugar é meu
Desde o Big Bang ou
De quando fui Soprada
Isso eu não sei...

Alias, não sei mais é de nada!
Só sei que você resolveu não dormir,
Saiu da minha alma,
E, veio para dentro do meu sono,
Só para ver o que eu estava sonhando...

- Que bobo!!!
- Pensa que não sei?
- Eu vi!!
- Eu senti!!
- Eu permiti!!!

Quis tanto você comigo
Que você deixou de preguiça,
Saiu do aconchego de minha alma
E resolveu me dar carinho,
Em plena madrugada...

Ah! Meu amado,
Você precisava ver a sua cara
Quando viu que no meu sonho
Você também estava!

Pensava o quê?
Que eu sonhava com o nada?
Eu sonhava com você !
Num sonho lindo de viver.

Quando acordei ,
Com você de volta na minha alma,
Senti um pouco de tristeza,
Era a saudade que voltava.

domingo, julho 27, 2008

MARIA BUENO


VERSO DO CONVITE DE SILMAR ALVES PARA
A SEGUNDA EDIÇÃO DO PARANÁ BUSINESESS COLLECTION
PERÍODO DE 28 DE JULHO A 1º DE AGOSTO DE 2008
(TRANSCRITO NA ÍNTEGRA)


“Maria Bueno, santa canonizada pelo povo curitibano e repudiada pela Igreja, foi assassinada a navalhadas pelo amante ciumento, em 29 de janeiro de 1893. Há 115 anos, a Lua estava em Câncer, signo de sua mãe e o Sol em Aquário, signo dos acidentes, segundo alguns.
Tinha 28 anos e era lavadeira, em uma versão e prostituta, em outra. Viveu uma infância sofrida na cidade de Morretes, onde nasceu logo após a morte da mãe. A pedido dos padres da cidade foi morar com uma família em Campo Largo. (Curitiba em outras versões).

Após a morte do chefe da família, que a recebeu, Maria Bueno, para contribuir com seu sustento, foi lavar roupa para fora, e, a maioria delas, fardamentos militares.

Apaixonada por um conterrâneo sofria ameaças do soldado Diniz, seu ex-amante, o qual enciumado lhe proibiu de fazer o que mais gostava: ir aos bailes para dançar.

Um dia ela o desobedeceu e, como castigo, foi brutalmente assassinada. Segundo seus devotos, Maria Bueno, foi morta ao resistir à tentativa de Diniz de possuí-la a força.

Como para os padres da matriz, Maria Bueno era prostituta, não lhe concederam um sepultamento cristão. Missa? – Nem pensar!

No local do crime (Rua Vicente Machado, conforme historiadores) foi colocada uma cruz de madeira, aonde brotaram belas rosas vermelhas. Iniciam-se, então, relatos de milagres atribuídos à Maria Bueno.

Inicialmente os pedidos, restringiam-se a casos amorosos. Hoje, os mais comuns são de cura. Alguns, principalmente desempregados, asseguram a aparição de uma moça bonita, em horas de aflição, e, que esta, lhes entrega um papel com um endereço de onde encontrar a solução de seus problemas. Inclusive, contam que, em uma dessas aparições, a moça, recomendou levar rosas vermelhas. E, que, em caso de dúvidas da localização do endereço orientou perguntar por Maria Bueno, nas imediações do Cemitério Municipal de Curitiba-PR.

Crendice popular ou não, o fato é que a história de Maria Bueno ainda hoje comove muita gente pela crueldade simbólica e a violência contra a mulher. E, no momento atual, em que a lei “Maria da Penha” foi votada e homologada, o nome Maria Bueno, acorda para a necessidade do respeito mútuo, fé e simplicidade de sentimentos.

Maria Bueno, por Silmar Alves, se torna a partir de agora, a mais pura flor, uma Rosa Intensa, perfumada, profunda e muito feminina que a poetisa pernambucana, Ysolda Cabral, descreve em belos versos.”


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MARIA BUENO
OU APENAS FLOR
De: Ysolda Cabral


Hoje ela é só amor
De lavadeira, prostituta
Dançarina, amante...
Se perpetua
Como Santa Flor...

Maria Bueno,
Por sua história, encanta...
Não só nas passarelas de Curitiba
Aonde aparece tão bela e feminina
Mas nos corações daqueles que nela
Confiam-lhe a esperança e a vida...

Silmar Alves desenha suas curvas
Com delicadeza, bom gosto e elegância
Daqueles que sabem
Como fazer para realçar a beleza
De uma simples mulher
Desde que seja uma guerreira
Com certeza...

A nós, pobres mortais,
O que nos resta dizer
Diante de tanta poesia
Feita de tesoura, agulha e linha
Saída da cabeça brilhante e criativa
Desse maravilhoso estilista?

Obrigada, querido!
Por toda essa sua maestria
Na arte de criar beleza e alegria
Para muitas de nós
Bueno, Bonita ou
Simplesmente Maria.

sexta-feira, julho 25, 2008

PRETENSA POETISA EM DESTAQUE NO PARANÁ




Registro, com grande alegria e me sentindo muito honrada, que:


No período de 28 de julho a 1º de agosto do corrente ano, o renomado estilista SILMAR ALVES, que se destaca pela inspiração na cultura paranaense, apresentará sua coleção durante a segunda Edição do Paraná Business Collection – Feira da moda em Curitiba-PR.


A referida coleção foi inspirada em Maria Bueno - “santa” canonizada pelo povo curitibano - conta Silmar Alves. Diz ainda, o competente estilista, que criou uma flor de rara beleza, em homenagem a sua musa inspiradora, e, esta flor, será descrita através do poema, de minha autoria, abaixo transcrito:


APENAS FLOR
De: Ysolda Cabral


Hoje sou apenas Flor
Uma Flor qualquer
Nascida em qualquer lugar
Não tenho nome
Não tenho cor
Mas tenho beleza
Sou delicada e bem faceira
Meus espinhos são feitos
De goma elástica
Para não machucar
Apenas jogar longe
Quem de mim se aproximar
Meu perfume se espalha
Por todos os lugares
E se você fechar os olhos
Respirar bem fundo
Sentirá minha fragrância
E ficará a mercê dela
Por que hoje sou Flor
Flor que não serve para nada
Só para homenagear
O AMOR.
Logo estarei publicando a biografia da Maria Bueno, constante no verso do convite em tela.
*******************
YSOLDA
IMPOSSIVEL DESCREVER A EMOÇÃO QUE SENTI AO ABRIR SEU BLOG, MUITO OBRIGADO. ESTOU AQUI COM A MINHA EQUIPE DE TRABALHO,TODOS MUITO FELIZES E ANIMADOS...VC É COM CERTEZA A FLOR MAIS SENSIVEL DO JARDIM QUE ME INSPIRA NESTA ESTAÇÃO. DEUS BENÇOE A VC E AOS SEUS QUE SÃO ILUMINADOS POR SUA PRESENÇA COM CERTEZA. SILMAR ALVES
*******************

terça-feira, julho 22, 2008

MEIO TERMO DE OURO




MEIO TERMO DE OURO
De: Ysolda Cabral



Se sou poeira de estrelas,
Está explicado porque não me sinto inteira.
É que sou feita de partículas muito pequenas,
Para me sentir comigo satisfeita...



Mas, se as emoções são movidas por átomos,
Vácuos e pelas leis inalteráveis da natureza;
Por que me deslumbro e me emociono,
Quando penso em você e quando
Vejo o mar em noite de lua cheia?


Filosofia, Ciência ou Religião;
Onde está a explicação, para as coisas do coração?
Como não sou agnóstica e não concordo
Com o pensamento de Demócrito,
Acho mesmo é que sou parte de Adão...


Entretanto, isso não faz de você melhor que eu,
Já dizia o sábio filósofo e apaixonante Platão.
Portanto, cuida de mim como cuido de você ,
Senão, você vai é me perder.
Afinal, procuro seguir o conselho de Aristóteles:
Sou “meio-termo de ouro” e você?


quinta-feira, julho 17, 2008

HOMENAGEM À MINHA FILHA YAUANNA



AVE! 18/07/2008

YAUANNA MINHA VIDA
De: Ysolda Cabral


Finalmente você chega na idade tão sonhada - 18 ANOS!
Tão sonhada porque e para que; posso saber minha filha amada?
- O que será que na sua vida vai mudar agora?
Para mim, não mudará nada.
Afinal aconteça o que acontecer,
Você sempre será minha “princesa encantada”.

Livre você já é desde o dia que saiu da minha barriga
Feia de doer, chupando o dedo, para o meu desespero.
Disseram-me: Ysolda veja como sua filha é linda!
Eu, muito sincera – você sabe – logo disse:
- Linda nada!
- É minha não, foi trocada!

E você no meu colo, ansiosa por meu peito, me olhava e esperava
Que a conhecesse, examinasse bem devagar
E constatasse como você era toda bem certinha e no lugar.
Só então lhe ofereci o leite que Deus havia mando em mim fabricar
Para com muito amor lhe alimentar.

O tempo passou tão rápido que nem vi você crescer.
Sinto falta de sua risada de criança, de seu cheiro de menina.
Sinto falta de trocar a sua fralda e lhe dizer: você está ficando linda!
Sinto falta até de lhe contar as mesmas histórias
Que mamãe mil vezes me contou antes de agradecer a Ele o dia,
Ao me deitar e carinhosamente me cobrir,
Para eu dormir e sonhar só coisas lindas.

Hoje moça feita, centrada, decidida e muito valente,
Sabe ser firme, com suavidade e tranqüilidade
E, quando precisa fazer uma escolha,
É sempre decidida,
Sábia e muito consciente.

Quanto a mim, resta apenas dizer:
Desejo-lhe toda a sorte que possa nesta vida haver
E jamais tema o que tiver de fazer para ser feliz
Para tanto, seja sempre integra e verdadeira,
Procure exercitar a paciência e tenha muita Fé.
Assim, você conseguirá
Tudo o que desta vida quiser.

Feliz Aniversário filha linda!
E que Deus lhe abençoe por tudo que você é.
E , assim, com você abençoada,
Abençoada sou e estou.


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PRESENTE DIVINO
De: Ysolda Cabral

Primeiro senti que outra vida em mim havia
Fiquei em verdadeiro estado de Graça
E muita saúde e força a Deus eu pedia
Mesmo me sentindo muito, muito assustada...

Já não era tão menina
E aquela vida dentro de mim
Era muito preciosa
E haveria de vir, eu queria...

Seu nome e sexo eu sabia
Disso ninguém duvidava
Pois a convicção com que informava
A todos de sua chegada
Realmente Impressionava...

Quando escutei seu coração
Batendo forte que nem um encantado tambor
Pensei: eis aqui, na minha barriga,
O meu grande eterno e insubstituível amor...

Ah! Minha filha,
Muita amada e querida, que emoção
A alegria me invadiu sem pedir licença
Envolveu-me num momento sublime, perfeito e só meu
Momento, aquele que, agora, em forma de poesia,
Passa a ser também seu...


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MINHA ESTRELA


Já fiz diversos poemas para você e em nenhum deles consegui lhe passar aquilo que realmente gostaria. E nem consegui lhe passar, com fidelidade, a descrição do meu amor por você. - O que fazer? É complicado... Busco um jeito de vir cá dentro de mim e fotografar talvez, o meu coração, só pra você ver como ele é repleto de você, mas como seria isso possível? Filmar seria mesmo o ideal, pois você logo perceberia o "tum, tum" repleto de som azul que o meu coração faz quando penso em você.

Eu sei que o amor de mãe é um amor incomensuravelmente belo. Entretanto, o meu, por você, consegue ir mais além. Quero lhe sentir a garota mais feliz do mundo. Gosto de saber que você é minha filha, mas, principalmente, que você é minha melhor amiga, e, mesmo quando me exaspero e grito, você me olha de forma meio perplexa e sem muito me entender e diz meigamente: mamãe amo você.

Hoje, você está completando 18 anos. E o interessante é que às vezes acho você um bebê e em outras ocasiões o bebê sou eu. Quando isso acontece você torna-se uma mãe para mim muito melhor que eu para você. Fico mesmo muito chateada, se você quer saber. Não pode uma coisa dessas acontecer, você não acha? ( Rsrs)

Lembra que sempre andávamos de carro cantando? Pois bem, numa ocasião em que voltávamos para casa, eu, depois de uma tarde de trabalho, e você de uma tarde no Jardim I, do Colégio Atual – você estava com dois anos e poucos meses - eu cantava aquela canção que fiz para ninar você quando estava com dias de nascida, que dizia:

Canto essa canção
Pra ninar nenê com emoção
Hum rum hum rum

Canto essa canção
Pra ninar nenê com emoção
Hum rum hum rum

Lá vem o coelhinho, o macaquinho
O gatinho, o cachorrinho... Atenção
Mas podem voltar
Que leitinho tem mais não

O leite de mamãe
É só de Yauanna
E vem do coração
E vem do coração
Hum rum hum rum ...

Canto essa canção ...

Você bem caladinha, olhando para o céu sem parar. Fiquei a refletir o que você tanto olhava até que não resisti e perguntei:

- O que você tanto olha no céu minha filha?
As estrelas mamãe. Prontamente você me respondeu e continuou olhando.
- E por quê?
Porque queria lhe dar uma de presente.
- E porque não me da, Yauanna?
Ah, mamãe elas ficam voando lá em cima, no céu, e não caem!!!

Ora, eu já tinha duas e maravilhosamente brilhantes, em seu olhar, minha linda!

Feliz aniversário, querida!

segunda-feira, julho 14, 2008

ETERNIDADE DE UM SEGUNDO




ETERNIDADE DE UM SEGUNDO
De: Ysolda Cabral




Hoje estou leve como uma pluma
Triste por estar assim e de nada servir
Pois do contrário voaria para qualquer lugar
Bem longe daqui...


Mas só na sua direção queria ir
Meu vôo seria bem alto para logo chegar
E ao aterrissar num pouso perfeito
Você sentiria a saudade que trago no peito...
E aninhada em seus braços
Esperaria com calma
Você ter certeza
De minha chegada...


E, quando isso ocorresse
Não haveria mais pressa pra nada
Sentaríamos nalgum lugar
Para simplesmente conversar...


Depois caminharíamos de mãos dadas
Na eternidade de nós dois
Num tempo de apenas um segundo
Sem nos importar o depois...


sábado, julho 12, 2008

CORDA PARTIDA




CORDA PARTIDA
De: Ysolda Cabral

Fecho os olhos dos sentidos
E não sinto você comigo
Penso estar noutro espaço
Por não perceber seu traço...

Sempre tão filosófico e matemático
Já nascido com você
Transcende minha compreensão
E fico decidida a dizer NÃO...

Assim o dia cai e a noite vem
Trazendo o desejo de embarcar
No Transporte Poesia também
E ir para muito além...

No acorde do meu violão
Canto uma triste e linda canção
E a voz que escuto não é a minha
Paro e me culpo por sua vinda
E pela corda partida no meu coração...

quinta-feira, julho 10, 2008

CUIDA DE MIM




CUIDA DE MIM
De: Ysolda Cabral



Cuida de mim como cuido de você.
Não é muito difícil, é só querer.
Faça como faço com você,
e assim, logo você vai aprender...

Não sou muito exigente,
só preciso de atenção,
carinho e muito aconchego.
E disso você entende.
E se não; mente!

Quando me achar chata e feia,
como às vezes acho você, não diga!
Minta que estou maravilhosa e bela.
Não custa nada e se trata apenas
de uma insignificante mentira.
Quem liga?

Ajude-me a passar o longo e enfadonho dia,
também a noite, quando ela estiver escura e fria.
Ajude-me com o tempo, esse ingrato deus reticente
que nem se recente de passar e causar
estragos tão irreversíveis na gente.

Ah! Cuida de mim assim:
com paciência e bom humor.
E, se preciso for; me escuta,
mesmo quando não digo coisa com coisa...
É que as idéias me atrapalham,
quando quero falar de AMOR...

terça-feira, julho 08, 2008

A MINHA PRIMEIRA VEZ




A MINHA PRIMEIRA VEZ

De: Ysolda Cabral



Lembranças é bom tê-las quando boas e que nos fazem querer novamente vivê-las...


- Ah, é bom demais da conta!


Acabo de receber um e-mail cujo teor termina mais ou menos assim: “... quando falo com você me lembro do Nordeste, praia, coqueiros, mar azul... Lembranças legais!” Fiquei a refletir sobre a frase, até porque ultimamente não tenho feito outra coisa – é que ando lendo o livro "O Mundo de Sofia” - e fui verificar a cidade natal do remetente; São Paulo-SP. Estava então esclarecido o procedente comentário. Então; quem passou a lembrar fui eu da minha primeira vez - não daquela – (rsrs), mas da minha primeira vez na cidade de São Paulo.


Minha cidade natal- Caruaru - é considerada uma das mais frias de nossa região. Seu frio não é como o de Garanhuns ou Gravatá, contudo faz bastante frio. No inverno temos a oportunidade de nos vestir com belas e pesadas roupas, tomar um delicioso chocolate quente no “velho e fofo sofá” e no aconchego de um frio gostoso, conversar com os amigos, a família; ou, simplesmente só, ficar.


Foi num inverno assim que, recebi um convite de minha amiga de infância Cris Biondi para ir visitar uma amiga em comum, a qual havia recentemente casado e tinha ido fixar residência na referida capital. Cris já conhecia São Paulo, era até muito “intima” de lá. Eu nunca havia saído do Nordeste até então. Fiquei entusiasmadíssima. Entretanto, uma coisa me preocupava: o frio que iríamos encontrar. Cris, debochada e presepeira me falou: se preocupa não Ysolda! Leva as roupas de inverno que tens e vamos embora.


Muito bem, peguei a maior mala que mamãe possuía e nela coloquei todas as minhas roupas de inverno, até as duas maravilhosas calças “Lee”, folgadas e muito confortáveis que havia comprado. Uma bota cano longo, a qual me servia tanto para me aquecer, como para aprender a correr vaquejada na fazenda do meu primo. Para tanto, bastava nelas – botas - colocar as esporas.


Malas prontas e com o coração disparado, viajo para Recife, aonde a minha amiga já me aguardava. Devo esclarecer que, para mim, seria também a primeira vez que entraria num avião. O vôo estava marcado para o final da tarde. Nossa Senhora, que emoção!!! Cris, bastante viajada, morria de medo de voar – até hoje ainda é assim - logo foi pedindo a comissária de bordo um whisky duplo e eu, como sempre, uma coca bem gelada.


A viagem foi perfeita e sem maiores problemas.


Chegamos ao nosso destino por volta das 21:h. No Aeroporto, nos aguardava Anabele e o marido Luciano, nossos amigos recém casados. Cris, aquecida por vários whiskys, desembarcou com todo gás e eu... Bem; eu... Ao sair do avião, de cara percebi que estava em sérios apuros... Os termômetros marcavam, apenas, cinco graus; é brincadeira?! Não conseguia articular palavra de tanto que tremia de frio.


Fomos direto para o apartamento dos nossos amigos. No caminho, a Cris perguntou ao Luciano qual programação ele havia preparado especialmente para mim naquela noite. Ele riu e lhe respondeu: vamos levar Ysolda para jantar em tal restaurante, não lembro o nome. É sério! Fiquei traumatizada. (Rsrs)


Mal chegamos ao apartamento, Luciano foi logo recomendando que não demorássemos em nos arrumar, visto a noite paulistana já se encontrar a “todo vapor”. Naturalmente, sem ter a mínima idéia do que me aguardava e nem para onde ia, perguntei o que deveria vestir. Cris, imediatamente respondeu: se agasalhe bem e vamos embora!


Confesso que não foi fácil tirar a roupa de viagem e entrar no banho, mesmo com banheiro aquecido. Foi o banho mais rápido de minha vida. Em seguida, no quarto, abri minha mala e peguei três meias, três blusas de malha quente, duas calças comprida de malha grossa – tipo esquente – uma das calças “Lee” e um casaco-vestido longo, de veludo marrom. E, claro, minhas queridas e inseparáveis botas de vaquejada cano-longo.


Vesti tudo e ainda coloquei um enorme gorro branco, de pele de coelho, o qual cabia dentro dele não só minha cabeça, com as respectivas orelhas, mas também os meus longos cabelos. No pescoço; um providencial cachecol de lã. Sai do quarto, parecendo um boneco enorme de braços abertos. Havia colocado tanta roupa que não dava para fechar os braços.


O pessoal olhou para mim e controlou a risada. Não dei bolas! – Eu estava bem quentinha e esse era o objetivo.


Depois de bem aquecida, é claro que a fome se pronunciou de maneira avassaladora. Não via à hora de chegar ao tal restaurante. Lá chegando, senti o peso... Casais belíssimos e elegantemente vestidos iam entrando, recepcionados por dois funcionários de Smoking que os levava às suas mesas, previamente reservadas. Olhei-me e pensei: Ysolda, tais fritinha e é frita da sil-v-a-vá messsmo.


Quando entramos no restaurante todo iluminado, também, por luz de velas, uma orquestra de violinos tocava o bolero de Ravel. Eu procurava um jeito de passar despercebida.


Chegamos finalmente em nossa mesa e eu mais que depressa me sentei. Fiquei lá bem quietinha. A fome passou e um calor danado me subiu pelo corpo todo. Eu não poderia tirar o casaco de maneira alguma. Apenas, tirei o cachecol e o “bendito” gorro. - Senti-me um pouco melhor.


O maestro que regia a orquestra de violinos resolveu se solidarizar um pouco comigo – acho – e do bolero de Ravel passou a tocar xote e baião. Comecei a relaxar e me sentir em casa... A essas alturas, tomava meu primeiro cálice de conhaque e não estava mais nem aí para nada.


De repente, a orquestra pára e é anunciado um show de certo humorista, que transcorre regado a risadas educadas – ô cabra sem graça! - E, já no final de sua apresentação, ele resolve contar uma piada que descrevia a reação de pessoas, de diversos países, ao encontrarem dinheiro no chão. A moral da piada estava justamente na reação do brasileiro. Aí, ele se superou: ninguém achou graça alguma e nem por educação! Criou-se um clima meio pesado e, foi aí, que a “engraçadinha” da Cris resolveu dar uma força para o humorista e gritou em alto e em bom som: E A REAÇÃO DO CARUARUENSE, MEU AMIGO?!


Pronto: a minha desgraça estava feita! O restaurante em peso olhou para mim e caiu na risada aplaudindo a Cris!!! Aí, pensei: isso vai ficar assim não. Que coisa!!!


Prontamente me levantei, tirei a capa-vestido, duas blusas, pois a essas alturas suava em bicas e me dirigi ao palco. O humorista parado e calado, não sabia o que fazer. Foi aí que a orquestra começou a tocar “A Feira de Caruaru”, do conterrâneo Onildo Almeida.


Eu caminhava com minhas botas, ao ritmo da música, sem pensar em absolutamente nada e sem saber a que ia – sou dada a essa coisas - e logo me vi no palco, pegando a mão do atordoado humorista, e, comecei a “xaxar” maneiro e bem cadenciado. Ele, recuperado da surpresa, não se fez de rogado e agradecido, xaxou comigo.


- O restaurante veio abaixo!


Cris, satisfeitíssima, resolveu no grito ainda informar: ela também canta! Aí o pessoal: canta, canta, canta... O humorista mais que depressa me entrega o microfone, me dá um beijo agradecido e me deixa sozinha na “ribalta”. Olho para o maestro, me “achando”, e, lhe informo: vou cantar Asa Branca em Ré Maior. É mole?!!!!


- Ah, coisas da juventude!


segunda-feira, julho 07, 2008

MEU FIM




MEU FIM
De: Ysolda Cabral


Hoje estou mais triste que nunca
A tristeza é tão profunda
Que se vinga na minha face
Curva os meus ombros
E me deixa nula...

Nula de anulada mesmo
Desencantada com tudo
E prestes a sair por aí
Sem rumo e sem prumo...

Não gosto de me sentir assim
Até minha hortelã judia de mim
Não me sorrir e nem me envia
Seu cheiro que perfuma a minha alma
Deixando-me calma...

Coisa rara, uma vez que calma
É predicado que não tenho
Sou explosiva que nem estopim
Mas consigo vez ou outra me conter
Para não magoar pessoas que gostam
Verdadeiramente de mim...

Algum louco e sem juízo
Corajoso ou inocente
Pensa que pode me dá jeito
Não sabe ele que se isso acontecer
Será mesmo o meu fim
Afinal, sou Ysolda
Justamente por ser assim!
**************************************************

A deusa Ysolda
Autor desconhecido
( Que pena! )

Hoje consegui um tempo
E me encantei com Respiro Poesia
Não ser daqui e nem de lá
Só pode ser Apolo
Deus da música e da poesia

Quem se entrega
Aos belos e incansáveis sonhos
E vive a sorri, chorar
Cantar, gritar, brigar e amar

Se Apolo não é
Só pode a deusa Ysolda ser

Depois me fascinei com Meu Fim
Ah! Que tristeza profunda
De um desencanto sem vereda
Quem assim pode gostar?

Para a tristeza ir embora
Só com hortelã cheirosa
De rumo perdido voltar

Mas quem é explosiva
E consegue se conter
Pelos seus amores verdadeiros
Sendo poetisa
Não pode a um louco se sujeitar

Pois quem na alma é só poesia
E Apolo não é
Só pode a deusa Ysolda ser
************************************************


domingo, julho 06, 2008

RESPIRO POESIA




RESPIRO POESIA
De: Ysolda Cabral



Escuto agora uma música suave
E, lá fora a chuva cai lavando e levando tudo
Os sons da música e da chuva
Confundem-se em minha mente...

Deixo-me embalar por eles
E me entrego a belos e inalcançáveis sonhos
Fazendo-me não querer adormecer
Só para continuar sonhando
Até outro dia acontecer...

Quem quiser que ache tolice
Eu não ligo, pois não minto
Quando digo que a poesia
É a minha vida, acredite!

Eu sei... Eu sinto!

Não saberia viver sem ela
Pois não poderia sonhar, sorrir, chorar,
Cantar, gritar, brigar e amar
Se não tivesse a poesia para me inspirar
E me fazer acreditar que posso não ser daqui
Entretanto, ainda não sou de Lá.

terça-feira, julho 01, 2008

FLOR DA SAUDADE




FLOR DA SAUDADE
De: Ysolda Cabral


Transbordando de amor e de paixão
Despi-me de todos os tabus
E sob a luz do luar
Para você me expus.

Vestida de juventude
Pura, verdadeira
E em total liberdade
Roguei-lhe o primeiro beijo.

Você pego de surpresa
Repleto de amor
Paralisado de desejo pensou:
Meu Deus! A garota que amo, endoidou.

Vencendo o perplexo
Firme e carinhosamente me enlaça,
Abraça-me forte e me faz sua
Apenas com um beijo a luz da lua.

Beijo intenso e apaixonado
Dado com alma que nos marca
E nos liga na separação de nossas vidas
Com a delicadeza de uma flor
A FLOR DE UMA IMENSA SAUDADE
.