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terça-feira, agosto 11, 2009

CONCURSOS PÚBLICOS



CONCURSOS PÚBLICOS
De: Ysolda Cabral


Agora é todo mundo ligado em concurso. É concurso pra tudo que é lado. E, em relação ao número de inscritos, são poucos os que conseguem passar. Quando isso ocorre, ficam na dependência de serem chamados. O que poderá acontecer ou não. Os santos nunca receberam tantos pedidos, promessas... As “orações” circulam, inclusive, em “correntes” pela Internet.

Acabo de receber uma dessas e fiquei a conjecturar se foi isso que faltou para que hoje eu recebesse um salário “legalzão” da Polícia Federal... Bem, o que aconteceu foi o seguinte:

Nos anos oitenta, no auge de minha juventude, resolvi fazer um concurso para Polícia Federal. Estava afiadíssima para a prova escrita, entretanto, os testes físicos me preocupavam um pouco.

Apesar de ter um pai atleta e em casa ter tido sempre uma verdadeira academia de ginástica com halteres de vários pesos, pranchas, bicicletas, entre outros; eu só gostava de nadar e andar de bicicleta na chuva.

Então, uma prima minha, conversou com um amigo do esposo dela e este conseguiu colocar a Academia de Ginástica da Polícia Civil de Pernambuco e um instrutor, exclusivo, à minha disposição para que eu me preparasse para a respectiva prova. É pouca coisa não! (Rsrs). Pois muito bem, por uns dois meses, ele deu tudo dele. Quanto a mim...

Alguns dias antes da prova comprei uma malha moderníssima, soquetes, tornozeleira e até uma faixa atoalhada, cuja utilidade era evitar que o suor caísse nos olhos. Mas não foi por essa razão que a comprei. Eu achava que com ela eu ficaria mais bonita, mais charmosa...

Finalmente chegou o grande dia. Fui para o Estádio de Futebol, aonde se realizaria o respectivo teste físico, acompanhada de meu irmão, do instrutor, me achando uma atleta de olimpíada. - Minha malha? Vermelha e branca, claro!

Alongamos, respiramos e ao som do primeiro apito nos posicionamos pra corrida - duas voltas ao redor do campo - disparei e pensei: vai ser moleza!!

E, antes de terminar a primeira volta, vi meu irmão e o meu instrutor correndo ao meu encontro e depois não vi mais nada... Contaram-me que saí de lá de ambulância, passei dois dias no hospital e outros tantos em casa sem conseguir, sequer, me mexer.

Será que foi por que me esqueci de rezar? (Rsrs)


Publicado no Recanto das Letras em 11/08/2009
Código do texto: T1748317
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