SEMÁFORO LUNAR
De: Ysolda Cabral
De: Ysolda Cabral
A rua está deserta
A hora é incerta
O tempo confunde
A chuva é intensa
E está muito forte...
Divertindo-me descubro
Que estou em cima
E também estou em baixo
É que estou vendo o meu reflexo
No asfalto molhado...
Entre um e outro
Pergunto-me pela minha sanidade
Aí percebo os meus sapatos
Completamente encharcados...
Tiro-os, não muito fácil,
Firmo os pés descalços e sigo
Para onde, não importa
Estou aonde preciso estar
E não irei me rebelar...
Apenas, quando estou triste,
Por vezes, sorrio muito,
É que acho engraçado e absurdo
Quem tem vista
E teima em viver no escuro...
Por isso digo:
Rio do perigo
Choro de felicidade
Sou toda o contrário...
E assim vou, sem muita direção
Aguardando o coração
- meu indispensável semáforo -
Fazer a sinalização
Nem que seja à força
Do luar da imaginação.