O que leva uma pessoa independente de qualquer fator se sentir atraída por outra que não conhece e nunca viu?
Pois muito bem; ontem, domingo, o dia estava extraordinariamente lindo. Muito sol, praia com muita gente bonita, mar azul de água transparente. Um dia perfeito para a caminhada e um bom mergulho. Resolvi caminhar com Ely Cabral, uma prima do coração linda, a qual viera do Ceará passar o final de semana comigo.
Estudante de Educação Física e atenta à saúde e ao bem-estar de todos, Ely caminhava me dando broncas homéricas relativas à minha alimentação, principalmente, pelo fato de ter descoberto que não bebo água, suco, leite, café e nem chá. Só coca-cola, até mesmo para tomar remédio.
Eu ria, tentando mudar de assunto e ela insistia... Ô menina insistente meu Deus!
– Sei que é por gostar de mim.
- Tudo bem, viu Ely!
De repente, entre um mundo de gente, surgiu uma garotinha de três anos. Veio direto até mim, segurou minha mão e me puxou para o mar. Fiquei sem saber o que fazer e procurei sua mãe. De longe acenou um rapaz dizendo ser o pai da menina e rindo deixou ao meu critério a decisão de ir ou não com sua filha para o mar.
Não pensei duas vezes e toda contente da vida entreguei o óculos de sol e a viseira à Ely e fui "mergulhar" com minha amiguinha. Como o mar estava começando a encher, segurei-a no colo e encaramos a onda numa boa. Ela olhava para mim, olhava para o mar feliz e encantada. E, evidentemente, o sentimento era recíproco. Contudo teria que ter final...
Nossa separação foi complicada. Ela queria vir comigo e o pai teve que se esforçar para distraí-la. Já um pouco distante me voltei para saber o nome dela e ele respondeu: Eva.
Retornei à caminhada e minha "priminha,”, mas que depressa, voltou a "carga" total. Entretanto, eu já não a escutava. Em completo estado de graça, conjecturava se um dia voltaria a ver ou ter notícias da pequena Eva.
Os mistérios da vida, quem vai lá saber?!