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quinta-feira, janeiro 15, 2009

GAVETA DA MEMÓRIA


GAVETA DA MEMÓRIA
De: Ysolda Cabral


Sabe aquela viagem
Que levei na “bagagem” apenas o meu amor;
Que usei meus olhos como máquina fotográfica;
Guardando as fotografias com muito carinho,
Na “gaveta” da minha memória?

- Pois é!

Hoje resolvi abrir à respectiva...
E constatei, a duras penas, que todas as fotografias
Foram irremediavelmente estragadas...
Desfeitas...

- Ou, finalmente?

Nenhuma escapou da ação do tempo...
De início fiquei pasma.
Depois revoltada chorei a cântaros,
Xinguei o tempo e dei ponta pé no vento...

- Me acalmei!

Agora não sinto nada.
Nem saudade, nem tristeza,
Nem muito menos raiva.

A “gaveta” está intacta.
A máquina fotográfica, nem tanto!
Outra viagem sei que farei.
Desta feita sem enganos,
Nenhuma fotografia guardarei.