A CANÇÃO QUE NÃO FIZ
De: Ysolda Cabral
Pensei em fazer uma canção...
Uma canção de amor, talvez.
Peguei uma folha de papel,
Um lápis e o meu violão,
Com toda minha avidez.
Comecei a dedilhar com carinho...
De quem sente muita saudade!
Solfejando baixinho,
Uma nova e bela canção,
Com toda minha verdade.
O papel esperando sua vez...
O lápis pronto para rabiscar...
Percebi desesperada,
O quanto iria decepcionar!
Os sentimentos se atropelando,
Num vai e vem constante...
Entre o antes e o agora.
Triste constato que,
Assim, o que virá,
Chegará sem demora,
Só para atormentar.
Resolvi então parar.
Quem sabe se não engano
Aquilo que virá?
Chegará sem demora,
Só para atormentar.
Resolvi então parar.
Quem sabe se não engano
Aquilo que virá?
Decisão tomada,
O som suavemente vai embora...
Dedos sem calos, frios e doídos,
Na minha mão...
O som suavemente vai embora...
Dedos sem calos, frios e doídos,
Na minha mão...
Pesando toneladas;
Senti!
Então pensei:
Senti!
Então pensei:
Será que morri?!
Sei não...
Sei não...
Será?!
Talvez...