PREMONIÇÃO
De: Ysolda Cabral
Como se já não bastasse à “engrenagem”
De meu coração ser “configurada“
Para bater em sua homenagem
Você ainda quer meus poemas só para você?
Ah! Isto não está certo e assim não pode ser!
E para mim o que há de haver?
Talvez algumas belas lembranças,
Até onde a mente alcança...
E, isto é muito pouco, pode crer.
Os sentidos por mais aguçados,
Nem sempre são dóceis e açucarados.
E, a premonição, comum na minha idade,
- Disse-me um dia um padre -
É muito falha e causa confusão.
Ele mandou que eu prestasse atenção
Aos avisos do meu coração.
Mas sempre que faço isso, dá tudo errado!
Eu é que de fato me arraso,
E você sempre é quem tem razão!
Oh, mundo doido esse da ilusão!
Ficamos sem saber onde estamos,
Sem saber para onde vamos,
E a mercê do coração.
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Publicada no Recanto das Letras em 29/10/2008