SALVE-SE QUEM PUDER
De: Ysolda Cabral
Da solidão da multidão
Do silêncio dos estádios vazios
Dos jogos que se multiplicam
Fora dos muros de proteção
Salve-se quem puder
Das ladainhas em procissão
Nas belas ladeiras de Olinda
Ou nas de Salvador da Bahia
Ou em qualquer vão da Sé
Salve-se quem puder
Do acalanto sem canto
Do afago do faz de conta
Do desencanto dos santos
Rosário de homem e mulher
Salve-se quem puder
Do leito profundo dos mares
Aonde descansa os mártires
Vales a vista em baixa maré
Salve-se quem puder
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Publicado no Recanto das Letras em 21/10/2009
Código do texto: T1879123