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quarta-feira, outubro 21, 2009

SALVE-SE QUEM PUDER



SALVE-SE QUEM PUDER

De: Ysolda Cabral




Da solidão da multidão

Do silêncio dos estádios vazios

Dos jogos que se multiplicam

Fora dos muros de proteção


Salve-se quem puder


Das ladainhas em procissão

Nas belas ladeiras de Olinda

Ou nas de Salvador da Bahia

Ou em qualquer vão da Sé


Salve-se quem puder


Do acalanto sem canto

Do afago do faz de conta

Do desencanto dos santos

Rosário de homem e mulher


Salve-se quem puder


Do leito profundo dos mares

Aonde descansa os mártires

Vales a vista em baixa maré


Salve-se quem puder


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Publicado no Recanto das Letras em 21/10/2009

Código do texto: T1879123