NO MUNDO DA LUA
De: Ysolda Cabral
Senti minha hortelã muito triste e solitária
Sem ar, sem brilho e sem quase nada
Folhas mortas pendentes
Outras há pouco nascidas e já sem vida...
Seu verde meio cinza
De poeira e falta d’agua lhe deixaram cansada
E, foi difícil sobreviver ao abandono de sua dona
Que andava com a cabeça no "Mundo a Lua"
Sem chão e quase nua...
Oh! Mundo doce enganador
Mágico e deslumbrante
Fascinante e arrasador...
E todos os "antes" vividos
Transpareceram ávidos ...
No semblante da coitada suplicante
Que termina na mais profunda dor...
A dor do engano
Do desencanto
Do trágico cômico
Dilacerado no peito
Deixando-o desfeito...
Hortelã e sua dona
Agonizantes
Tristes
Que termina na mais profunda dor...
A dor do engano
Do desencanto
Do trágico cômico
Dilacerado no peito
Deixando-o desfeito...
Hortelã e sua dona
Agonizantes
Tristes
Solidárias
Separadas
Apaziguadas
Num jardim
Separadas
Apaziguadas
Num jardim
Sem adubo
Sem cor...
O que fazer
Meu senhor?
Adubar o jardim
Esperar a chuva vir
Quando tudo há de florir?
Adubar o jardim
Esperar a chuva vir
Quando tudo há de florir?
Sabemos que a vida se renova
Num vai e vem às vezes sem volta
Independente da hora
Podendo ser AGORA...