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sexta-feira, julho 31, 2009

SOMOS UM





SOMOS UM
De: Ysolda Cabral


Estou meio sonolenta, como se bêbeda.
O coração não quer me deixar sorrir.
Fica lá dentro me fazendo decair,
E em declínio percebo uma labareda...

Acesa... Linda... Perfeita... É você?!
No nada me agarro e de ponta-cabeça,
Começo a subir com dificuldade e pressa,
Pensando como dantes sem me fortalecer.

Ofegante, consigo lhe alcançar.
Paralisada sem conseguir lhe abraçar,
Fico chorando copiosamente.

A nossa frente tudo àquilo que queríamos,
Ainda queremos e mais nada podemos.
Somos UM, realmente, porém inutilmente.

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O livro " Apenas Poesia" encontra-se à disposição na loja virtual da Editora Livro Rápido ou através do ysoldacabral@hotmail.com

quinta-feira, julho 30, 2009

PENSANDO POR ELIZ



PENSANDO POR ELIZ
De: Ysolda Cabral


Achar que você poderia estar aqui;
Insistir num sonho idiota e louco;
Pensar que você sente minha falta;
Considerar que você pensa em mim;
Continuar a me iludir e a me punir...
Querer um pouco de você pra mim;
Continuar amando você e você nem aí...
Imaginar que seu amor é grande assim;
Afirmar que foi você quem me beijou!!!
Lembrar um passado que não vingou.
Ter um mundo de fantasia e viver em agonia;
Ouvir músicas a toda hora, as atribuindo nossas...
Se perguntasse pra você o nome de uma delas,
Você nem saberia dizer... Talvez chutasse o título,
De uma canção qualquer e eu iria me recriminar...
Pediria até desculpas pelo esquecimento.
Mas que droga de amor é esse,
Que você fez nascer em mim,
Sem me avisar e sem me pedir?

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E esse tema é seu, Eliz Cabral.
Então... Tai!
Espero ter acertado.
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Publicado no Recanto das Letras em 31/07/2009
Código do texto: T1728749
E no blog: "Apenas Ysolda"


quarta-feira, julho 29, 2009

ULTIMATO

ULTIMATO
De: Ysolda Cabral


Minha alma chora baixinho.
Eu bem que tentei lhe prevenir.
Todavia ela não quis me ouvir!
Pois agora que siga nesse caminho.

Sabe, estaria melhor sem minha alma...
Sem amar... Ficaria bem mais calma.
Então vou lhe dar o seguinte ultimato:
Deixe-me! Senão me quebro, me parto.

De que serve uma alma apaixonada,
Repleta de quimera atrapalhada,
Que sem esperança só me faz sofrer?!

Sempre querendo o impossível,
E, não sendo perecível,
Impiedosamente me faz morrer.

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Publicado no Recanto das Letras em 29/07/2009
Código do texto: T1725509

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O meu 1º livro " Apenas Poesia" encontra-se à disposição
na loja virtual da Editora Livro Rápido ou através do e-mail
ysoldacabral@hotmail.com

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segunda-feira, julho 27, 2009

QUANDO ABRAÇO TIRO O FOLÊGO


QUANDO ABRAÇO TIRO O FOLÊGO
De: Ysolda Cabral



Sem sono e sem vontade de ler, escrever ou assistir a um bom DVD resolvi recorrer à televisão, coisa que raramente faço.

Quando liguei a "dita cuja" estava começando um programa de entrevista e me surpreendeu o entrevistador reclamar do aperto de mão do seu convidado. Nem esperou ele sentar e massageando a mão, com cara de reprovação e dor, foi logo perguntando a razão de um aperto de mão tão forte.

- Fiquei tão indignada que nem sei o que o coitado respondeu.

Todos sabem que, um aperto de mão deve ser forte mesmo. Demonstra personalidade e o caráter daquele que cumprimenta. Um aperto de mão frouxo ou na ponta dos dedos é característica de pessoas inseguras, pouco generosas e mal educadas. E, em regra geral, são.

Claro que, dependendo da emoção, o aperto pode machucar, ou até nem acontecer! Porém é fundamental que a pessoa tenha o discernimento para compreender e “segurar a onda’’. O que não ocorreu com o apresentador, lamentavelmente.

– Que coisa mais feia!

Se ele viesse para as "bandas de cá", estava realmente em maus lençóis. Aqui só nós, mulheres, e, "homens específicos”, gostamos de aperto de mão - de homem - de maneira firme, porém suave.

Quanto aos abraços... Eu, dependendo da pessoa, tiro até o fôlego.


(Rsrs)


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Publicado no Recanto das Letras em 27/07/2009
Código do texto: T1722112

domingo, julho 26, 2009

CÉU OU MAR




CÉU OU MAR
De: Ysolda Cabral


A água do mar límpida e clara,
Por entre meus dedos volta ao mar,
Juntando-se a espuma branca na areia,
No início da noite, sem luar...

De repente me ocorre, sem queixumes,
Será espuma das ondas,
Ou lindas brancas nuvens?

Estou sobre elas, ou sob elas?
Olho para os meus pés,
Procuro me equilibrar,
Tentando o enigma decifrar...

E como num leito, me deito...
Olhando o Céu ou o mar,
Me vejo no brilho do teu olhar.


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Publicada no Recanto das Letras em 26/07/2009
Código do texto: T1719895O


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Livro " Apenas Poesia" encontra-se à disposição na loja virtual da Editora Livro Rápido ou através do e-mail ysoldacabral@hotmail.com


quinta-feira, julho 23, 2009

NÃO SEI PORTUGUÊS - ME CORRIJA

ILUSTRAÇÃO: MERCIA VILA NOVA


NÃO SEI PORTUGUÊS - ME CORRIJA
De: Ysolda Cabral




Apesar de gostar de escrever, nunca me atrevi a afirmar que domino o português. Muito pelo contrário! Confesso que, escrevo com o dicionário junto de mim, pois recorrer aos da Internet é sempre muito demorado. E, como todos sabem, não sou muito paciente.

Pois muito bem, há pouco, recebi um e-mail de um escritor espetacular do Recanto das Letras, corrigindo um erro “gravíssimo” que ele encontrou em um dos meus textos - deve ter encontrado mais – fiquei emocionada e muito grata. Gosto que me corrijam e assim aprendo e procuro ter mais atenção na escrita.

Entretanto, há quem não goste... Tenho uma prima que, quando a corrijo ela só falta me fulminar. Meu pai, quando bem rapazinho, trabalhou para um empresário que, certa feita, lhe pediu que datilografasse uma carta que ele havia redigido. Papai, ao datilografar a respectiva, naturalmente, eliminou todos os erros de português. Ao entregar a carta para o “patrão” assinar, este, depois de ler, disse que papai era analfabeto. Papai concordando, pediu demissão e foi embora em busca de um emprego que lhe desse mais tempo para estudar. Contudo, antes de partir, datilografou outra vez a carta como esta havia sido redigida.

Interessante que, comigo um fato parecido também aconteceu. Não pedi demissão, porém o meu “patrão” se encarregou de me destinar à outra secretaria e no memorando, escreveu que "... conCiderando que eu tinha mania de “conCertar” o que ele escrevia..." – É mole?

Meu avô, que foi um “rábula” bastante respeitado pela inteligência, competência, honestidade, o qual não perdia facilmente uma causa para nenhum advogado, estava certa ocasião na Biblioteca Municipal de Caruaru quando ali chegou o famoso Adv. Nicanor Souto Maior. Este não viu meu avô e ficou olhando as prateleiras da Biblioteca um bom tempo.

Meu avô então lhe cumprimentando, perguntou:

- O quê o nobre advogado procura?
E este respondeu: o “Pai dos Burros” Firmino.
Então meu avô, com simplicidade e de maneira quase inaudível lhe informou: o senhor está falando com ele. O que quer saber?

E o advogado sentou junto do meu avô e foi tirar suas dúvidas com ele.

- Que coisa mais bonita!

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Abaixo um “Soneto do meu avô’’ de presente pra vocês.

Velho Mar
De: Firmino Cabral Filho

Até o mar tem dias de bonança,
de calmaria e de tranquilidade;
dias, porém de impetuosidade,
como um gigante, sobre tudo avança.

E ruge e brama, e de gemer não cansa
devora e mata em louca ansiedade,
jogando longe a espuma da saudade,
o velho mar explode de vingança.

Assim também é o coração da gente
quando a maldade humana nos comprime
e nos maltrata sem razão alguma;

Coração há pouco tão contente
como esse mar, arrosta o próprio crime,
e raivoso, também, sacode espuma!

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E ao escritor que me corrigiu, meu sincero agradecimento, inclusive, por esta crônica. Corrija -me mais, viu!


Publicado no Recanto das Letras em 23/07/2009
Código do texto: T1714998



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terça-feira, julho 21, 2009

DUETO - CYLA DALMA E YSOLDA CABRAL



FINAL DA TARDE

O sol se foi e se escondeu no interminável
Deixando uma luminosidade clara e brilhante
Que aos poucos muda para o encarnado de sangue

Os pássaros já cruzaram o céu
Foram se acomodar nos seus ninhos
Com medo da escuridão dos caminhos

A vegetação inverteu a energia cósmica
E ao contrário da manhã
Recolheu-a das folhas às suas raízes
Por puro afã perdendo suas diretrizes

O sombrio sorriu satisfeito
Ao tomar conhecimento
E à luz deu adeus zombeteiro

Perdido no longe - perto
O pio da coruja sobre o vale
É assustador
Pois trás o aviso da morte
E é assim que é lançada a sorte...

Cyla Dalma


Ah! Meu amigo,
O sol se foi é verdade
E o encarnado de sangue
Misturou-se ao clarão da lua
Que toda pura
Clareia a noite escura

Os pássaros, não por medo,
Mas por amor se recolheram aos ninhos
Para protegerem dos terríveis
Predadores os filhotinhos

Quanto à vegetação, eu não sei,
Só entendo de minha hortelã
Posto que na noite escura
Ela me tira do pesadelo
E afugenta as corujas

E é assim que o sombrio logo se desfaz
Com o clarão da lua
E os primeiros raios de sol
Anunciando um novo dia
Trazendo para todos nós
Um pouco mais de esperança e alegria
Ysolda Cabral
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Livro '' Apenas Poesia" à disposição no site da Editora Livro Rápido.
Endereço abaixo indicado.
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sábado, julho 18, 2009

SOU ESQUISITA


SOU ESQUISITA
De: Ysolda Cabral


O vento está frio e silencioso,
O tempo é aparentemente calmo,
Sinto um desalento extraordinário,
E, quando estou assim leio um salmo.

Pego a Bíblia, presente de meu pai,
Abro e dou de cara com o Salmo de Davi,
O de número 28 que começa assim:

“A ti clamo, ó Senhor; rocha minha,
Não sejas surdo para comigo...”
Nesse ponto paro e não continuo.

Lá fora ouço uma música suave.
Ora! Nem Ele e nem eu,
Somos surdos.
Mais que absurdo!

Sinto meu espírito relaxar,
Minha alma se aquietar,
E meu coração acelerar.
Digo pra mim:

Vai tomar banho Ysolda!
Se ajeita, se põe bem bonita,
Deixa de ser esquisita,
E vai viver tua vida
.
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Publicada no Recanto das Letras
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sexta-feira, julho 17, 2009

CAROLINE ACIOLI É CANÇÃO


CAROLINE ACIOLI É CANÇÃO
De: Ysolda Cabral


Apenas uma menina
Que se agiganta no palco
Parecendo gente grande
E nos deixando repletos
De magia e de encanto

Carol é assim...
Pequenina, elegante
Tímida e muito linda
Repertório sofisticado
E voz de Estrela Brilhante

Ontem nos presenteou
Com um show dos mais belos
Auditório repleto e silencioso
Ouvia com atenção o seu canto

Jovens de todas as idades
E até criança ficou quietinha
Pra ouvi-la cantar sem atrapalhar

Afinadíssima e postura de uma bela Garça
Temíamos que, de repente,
“Não mais que de repente”
Levantasse vôo e fosse embora
Para nunca mais voltar.
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Publicada no Recanto das Letras
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18/07/2009 10h37 - Caroline Acioli
Estou adorando ler as suas poesias, o livro esta perfeito. Obrigadaaaaaaaa, pela poesia que fez pra mim. obrigada mesmo, vou até postar no meu perfil , pois vou continuar com o projeto influencias até o final do ano.Fiquei emocionada quando li. chega to sem jeito. Um beijo querida.

quarta-feira, julho 15, 2009

MEU PRIMEIRO LIVRO


MEU PRIMEIRO LIVRO – UM VERDADEIRO PARTO



Claro que, como todo mundo para estar completa, segundo o velho bordão, eu teria que ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Tive a filha – Yauanna, a qual fará 19 anos no próximo dia 18 – plantei a árvore, e, finalmente, o meu primeiro livro “ Apenas Poesia” é editado.

- Estou em êxtase!!!

Na realidade, este livro, contém a maioria das primeiras poesias publicadas no blogger “Apenas Ysolda’’ e deveria ter saído no início de 2008. Entretanto, a doença de mamãe, a qual culminou com o seu falecimento em 14 de janeiro daquele mesmo ano, me tirou totalmente à vontade e o entusiasmo em publicá-lo.

Em janeiro deste ano, novamente, pela insistência de amigos - a maioria, inclusive, o “prefacia” - voltei a dar andamento ao projeto. E, apesar de pronto, o livro não tinha jeito de ser editado. Ora, era a “arte final” que dava problema; ora, eu achava as poesias meio assim, assim, e, mudava aqui e ali , sem poder mudar muita coisa uma vez que, o registro já estava pronto. Enfim... Finalmente, hoje, 15 de julho de 2009, meu editor me liga e diz: o livro está pronto.

Não é preciso falar que neste momento, as lágrimas de alegria, embaralham as letras no monitor; que os soluços atropelam o raciocínio e a tristeza de mamãe não estar mais entre nós me deixam atordoada. Contudo, não poderia deixar de dividir este momento com vocês.

Ah, estou contente!!!


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Para adquirir o “ Apenas Poesia” acesse o site:

www.livrorapido.com a partir de 17/07/09.

Ou através do e-mail:
ysoldacabral@hotmail.com


terça-feira, julho 14, 2009

AMOR INEXPLICÁVEL




AMOR INEXPLICÁVEL
De: Ysolda Cabral



Meu amor é como a música
Lindo e perfumado que nem rosa
Forte e indestrutível como diamante
E jamais poderia ser feio ou arrogante

Meu amor é tudo que tenho
Às vezes exige de mim um pouco mais
Quando não cabe em si de tão potente
E explode em atitudes contundentes

Meu amor não tem planos
Apenas me ajuda a viver
Quando se esgotam em mim
A esperança e os sonhos

Meu amor é incomparável
Sua essência indescritível
É tão pura e verdadeira
Que me deixa mais bonita.

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Publicada também no Recanto das Letras
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdeamor/1699523

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segunda-feira, julho 13, 2009

ENCONTRO MARCADO


ENCONTRO MARCADO
De: Ysolda Cabral


É meu o lamento
É meu o desatino
É meu o meu mundo
Mudo

Profundo
Sentido
Partido
Sofrido

Paro e calo

Aquietar-me-ei
Sentenciar-me-ei
Penitenciar-me-ei

E, enfim...
Encontrar-me-ei

Eu comigo
Eu consigo
Pela paciência
A Ele agradecerei.

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Publicado no Recanto das Letras em 13/07/2009

Código do texto: T1698059

domingo, julho 12, 2009

DIA DE DOMINGO



DIA DE DOMINGO
De: Ysolda Cabral


Alguém perguntou:
“E você: como está?”
E eu parei, pensei,
Olhei para dentro de mim,
Senti um enorme vazio e chorei.

Chorei por mim,
Chorei pela criança que fui,
Que ainda sou e não acredito
Que tudo mudou.

Chorei por tudo o que não vivi...

Chorei pelo que sofri,
Chorei pelo menino que hoje vi,
Chorando na esquina,
Por nada esperar da vida.

E é assim que estou meu amigo,
Chorando, porém sorrindo e sonhando,
Com o dia de finalmente,
Ter um belo “Dia de Domingo.”

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Publicada no Recanto das Letras em 12/07/2009 - às 12h13
Código do texto: T1695478


sexta-feira, julho 10, 2009

NEGA ME MANDOU TOMAR BANHO DE ÁLCOOL

Roberta (19), Isabel(28), Yauanna (18)


NEGA ME MANDOU TOMAR BANHO DE ÁLCOOL
De: Ysolda Cabral



Sempre tive um temperamento extrovertido e nunca fico triste ou com raiva por muito tempo. Não guardo mágoa e nem rancor. Sempre fui responsável, tranqüila e muito poucas vezes na vida tive que tomar uma atitude em caráter definitivo. Entretanto...

Eu, Cris, Van, Danda e Nega, sempre fomos amigas inseparáveis desde bem mocinhas. Eu por ser a mais velha das cinco, me achava na obrigação de tomar conta delas para que nada de mal lhes acontecesse. Elas se divertiam com esse meu jeito maternal e aprontavam todas que podiam. Por gostarem mesmo de aprontar e para se divertirem com o meu aperreio.

Numa ocasião fugiram para o Rio de Janeiro num fusquinha de um amigo nosso. Só tomei conhecimento quando nossos pais vieram com tudo pra cima de mim indignados por eu ter permitido tal façanha acontecer. É mole?

O resultado foi que, o fusca bateu o motor e o nosso amigo quase foi preso.

Contudo elas chegaram ao Rio e se divertiram pra valer. Foram até pra boate! Até que a polícia chegou, com um dos pais, acabando a “festa.” Voltaram para Recife no primeiro vôo.

Ao chegarem aqui, na maior cara de pau, desceram do avião com um lenço branco nas mãos. Nossos pais a olharem para mim com ódio mortal. Eu segurei “a pressão na boa”. Claro que tive uma conversa bastante séria com elas, mesmo sabendo que de nada adiantaria.

Essas “idéias radicais” sempre partiam da Cris e ainda hoje partem. - Outro dia fomos jantar num restaurante muito fino. De repente, ela “sacou” o fio dental da bolsa e usou, NA MAIOR!! Eu quase morri de vergonha. Cris caiu na risada e falou: Lira, tu não mudas, não é?! – Depois me toquei que ela fez de propósito só pra lembrar os velhos tempos. Eu posso com uma coisa dessas?!

Nega, que não foi e também não sabia da tal viagem do Rio (talvez Cris a tenha deixado de fora por ela ser muito medrosa) foi a primeira a casar indo morar em São Paulo.

E, em função da saudade que sentíamos dela, fui pela primeira vez a referida capital. Inclusive, escrevi uma crônica sobre esta viagem – “A Minha Primeira Vez” – publicada em 08/07/2008.

Pouco tempo depois o esposo de Nega, Luciano, resolveu vir morar em Recife para felicidade geral de nós cinco.

Nega estava grávida! - Nossa Senhora, que coisa linda era estar grávida! Que coisa maravilhosa era poder ser mãe!!

Eles foram morar perto de onde eu trabalhava e todos os dias, independente da hora que eu saísse do trabalho, ia vê-la. Curti sua barriga como curti a barriga de minha irmã Yara por ocasião da gravidez de minha primeira sobrinha Yrama, a qual pouco tempo depois de nascer foi morar em Salvador-BA, para minha tristeza e de toda a família.

Naquela ocasião, por conta do meu problema renal, excesso de cálcio nos ossos e uma escoliose violenta, meus médicos haviam dito que uma gravidez em mim seria de muito risco. Talvez por esta razão, quando Nega me disse que estava grávida fiquei louca de contente e esperei, junto com ela, os nove meses. Sonhava com a chegada de Isabel, em vê sua carinha e planejava ajudar em tudo que fosse preciso. Fazia mil planos para a sua chegada.

Finalmente o dia tão esperado chegou e eu estava viajando a trabalho. Cris foi quem me deu a notícia e eu morri de chorar por estar longe.

Quando retornei ao Recife, mal desci do avião, peguei o primeiro taxi e fui direto para o apartamento de Nega para dar as boas vindas à “minha” Isabel.

Quando botei a mão na maçaneta da porta do quarto da tão esperada “filha”, Nega, aos gritos, me proibiu de entrar e me mandou tomar um banho de álcool antes de pensar botar a “cara” na porta do quarto de Isabel.

Eu não falei absolutamente nada. Fui embora e nunca mais voltei lá.

No último dia 02/07/2009, aniversário da Cris, em um restaurante aqui perto, quase trinta anos depois, finalmente conheci a “minha” Isabel.

Ela é doce, meiga e linda. Engraçado é que senti o mesmo amor que sentia por ela antes dela nascer e ela me abraçou forte e falou alto e em bom som, na cara de Nega, a qual morria de rir... “Tia Ysolda, sempre quis lhe conhecer para lhe dizer que se eu fosse você, também teria ido embora para nunca mais voltar. Agora, estou aqui e sou sua filha também se Yauanna deixar.”

Nega insiste em contar essa história a todo mundo e dizer que até hoje tenho raiva dela. Não tenho não, viu Nega. - Nunca tive! Só fiquei triste de não ter visto Isabel crescer.

Hoje, dou Graças por ter três belíssimas filhas; a minha, Yauanna; Roberta, filha da Cris e minha afilhada, e, Isabel. Isto, sem contar outros filhos do coração que tenho encontrado pela vida a fora.
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Obs. Quando Yauanna nasceu, na maternidade, a enfermeira queria que todos só a olhassem através do vidro do berçário. Eu mandei que a trouxessem para junto de mim e deixei todos a segurarem no colo. Yauanna nenhuma “creca” pegou, viste Nega? Hahahahahaha
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Publicada tb no Recanto das Letras

quinta-feira, julho 09, 2009

EU AMAVA VOCÊ


EU AMAVA VOCÊ
De: Ysolda Cabral


Não lembro o que conversávamos,
Nem o que escrevíamos,
As correspondências eram regulares.
Tínhamos tanto a dizer um ao outro!

De repente tudo mudou.
Crescemos...
Seria esta a justificativa?

Partindo do princípio que,
“Pouco importa ou tanto faz...”
Porque quando escrevias,
Eu ficava com a sensação do nunca mais?

No início um simples “oi”
Que acariciava, me embalava, completava,
E me deixava num êxtase sem igual...

No final quase escondido,
Por timidez, ou, talvez,
Pela falta da possibilidade de...
Um “amo você”
Fazendo-me querer algo mais para ler...

Para ler... Apenas... Para ler...

Controlar a emoção era o que você dizia ser preciso.
Como você sempre foi o mais sábio de nós dois,
Eu respeitava acatando em silêncio sua decisão.
E ficava sem saber o que fazer do meu amor,
Da minha saudade e da minha infinita frustração.

Mas, enfim... Crescemos!
Ou não?

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Publicado no Recanto das Letras em 09/07/2009
Código do texto: T1691337

MAIS UMA PELEJA VENCIDA




MAIS UMA PELEJA VENCIDA
De: Ysolda Cabral


Com paciência e resignação,
E, não sem razão,
Deixei a tristeza tomar conta de mim.
Ela me invadiu sem dó nem compaixão.

Fiquei inteiramente a sua mercê,
Fez-me perguntas difíceis de responder,
Deixando-me frágil e vulnerável pra valer.

Nunca me senti tão só e aniquilada...
De repente alguma coisa em mim surgiu.
Levantei-me com mais de mil,
Pisando firme no chão,
Parei de chorar e sorri.

Fui cuidar de minha casa...
Deixei–a limpa, arrumada, cheirosa e bonita.
Muita coisa joguei fora e a tristeza foi embora.

Hoje, aqui de volta,
Somente pra contar a história,
De como venci mais uma peleja,
Entre mim e a tristeza.
De maneira eficaz e gostosa.

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Publicada tb no Recanto das Letras.
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1690852

terça-feira, julho 07, 2009

NA BERLINDA COM A TRISTEZA




NA BERLINDA DA TRISTEZA
De: Ysolda Cabral


Neste momento sou réstia
Que na parede aparece,
Meio esquisita e discreta,
Sou o que me resta...

A solidão me cerca e me aquece,
O sonho não mais me ilude.
Não temo o pesadelo
E na boa visto o modelo.

Desta forma imune a dor,
Aos queixumes e aos lamentos,
A tristeza tão temida é bem vinda
E se achega de mansinho,
Colocando-me na berlinda.

Ora, se nem o arrastar de chinelos
Numa casa vazia me dá medo!
Neste instante de realidade pura,
Absolutamente nada me assusta.

Então Dona Tristeza,
Faça a sua primeira pergunta!


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http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdetristeza/1687584



segunda-feira, julho 06, 2009

SEU NEGRO OLHAR


SEU NEGRO OLHAR
De: Ysolda Cabral


Sinto seu cheiro
Estou acordada

Penso em você
E me perco

A vida lá fora passa
Há horas

Tudo é incógnita
Um segredo
Sem enredo

No negro do seu olhar
Todas as minhas respostas
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domingo, julho 05, 2009

PESADELO


PESADELO
De: Ysolda Cabral


O desespero toma conta
De forma avantajada
E assustadora

Preciso me acalmar
Enquanto há tempo

Tempo?!!

Ah! Hoje o dia está feio
Muito feio e eu muito mais que ele

Um dia assim, sem jeito
Não tem jeito
Nem sol, nem chuva, nem vento
Tudo está parado e ao relento

Nem sei mais se estou viva ou morta
Minha hortelã em total desprezo e desespero
Ainda consegue me enviar seu cheiro
Como se tentasse me dizer
Que apenas vivo um pesadelo

Arrefeço, me refaço, eu mereço
Respiro fundo, enxugo as lágrimas
Ainda estou no mundo
Vou levantar e caminhar

Se a estrada é curta ou longa
Não importa
Sou danada de teimosa
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sábado, julho 04, 2009

SE UMA CIGANA LESSE MINHA MÃO




SE UMA CIGANA LESSE MINHA MÃO

De: Ysolda Cabral


Olhando os emés das minhas mãos
Noto o quanto são diferentes
O da mão esquerda é bem certinho
Já o da mão direita não é não

Acima da primeira “perna”
Há três pequenas linhas desiguais
Em duas delas parte de um coração

Na linha do meio tem uma pequena reta
Que lhe corta no sentido vertical
Mesmo assim ela continua o seu trajeto
Cortada novamente em seu final

Uma irregularidade é nitidamente clara
Na linha que liga a linha do meio
A outra “ perna” do emé
Como em contraponto na contradição

E esta, por sua vez, é certinha
Entretanto existe uma bifurcação
Fazendo um singular contorno
No final da palma da minha mão

O que diria uma Cigana
Se lesse a minha mão...

Que sou confusa e controversa
Boba, louca e atrapalhada na certa
Tentando a todo custo lhe arrancar
Da minha alma e do meu coração?



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Publicado no Recanto das Letras em 04/07/2009
Código do texto: T1682243

http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdeamor/1682243


sexta-feira, julho 03, 2009

ELE É O ÁS




ELE É O ÁS
De: Ysolda Cabral


Ai, ai, ai... Como estou horrível!
Não me reconheço mais,
Isso é assustador e terrível.

Nada em mim sou eu!
Afinal aonde fui parar?
Já procurei nos quatro cantos
E não me encontro em nenhum lugar.

Que faço para me achar?
Não estou no chão e nem no ar.
Talvez esteja num mundo paralelo,
Pintado de amarelo,
Cor sem graça de amargar.

Vou fechar os olhos,
Bem fechados só pra me achar.
Agora: um, dois, três e já!
Cadê????
Também não estou lá!

Ah! Já sei...
Vou apelar pra São Longuinho!!!
Afinal ele é o Ás...
Se ele me encontrar, dou três pulinhos,
Mesmo q'eu depois caia pra trás.
Ah! E então? Jas!
*
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Publicada tb no Recanto das Letras

http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1680146

quinta-feira, julho 02, 2009

AMAR É MINHA SINA



AMAR É MINHA SINA
De: Ysolda Cabral


O amor é meu guia,
É ele que me entristece,
E me dá alegria.

O amor é minha vida,
Amo até quando não devia,
E se ainda não morri,
É porque ele não quis.

Quando perco as forças,
E a vontade de lutar,
Ele logo me levanta,
E me obriga a caminhar.

É difícil lhe resistir!
Ele me entristece mais,
Do que me faz feliz.
E eu fico a meditar:

Melhor seria não amar,
E ser feliz ou infeliz,
Sorrir ou só chorar.

Ficar entre uma coisa e outra,
É que alucina, angustia...
Mas fazer o quê se meu amor
Pela VIDA é assim?

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Publicada tb no Recanto das Letras
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdeamor/1678690

quarta-feira, julho 01, 2009

MEU ABRIGO


MEU ABRIGO
Ysolda Cabral


Sinto-me leve
Sinto-me breve
Só Tu me queres

Nunca fui só
Compondo em dó
Sou sol maior

Canto o desencanto
De todos os dias
Só pra tirá-lo
Do meu dia a dia

Sei que me escutas
Portanto Te digo:
És meu abrigo.
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Publicada tb no Recanto das Letras