PÁSSARO OU AVIÃO?
De: Ysolda Cabral
Certa de que o mundo ia acabar,
Levantei-me depressa e corri para o mar.
Saí de casa em disparada,
Correndo rua a fora, sem me preocupar.
Corria e conjecturava por que o mundo ia acabar...
Afinal estava tudo tão bonito e certinho no lugar?!
Foi quando passei por um menino e esse começou a gritar:
Corra não “madrinha” você vai cair e se arrebentar!
- O “madrinha” foi terrível, melhor seria “tia”,
Você há de convir e comigo concordar, mas...
Não lhe dei ouvidos, pois tinha pressa de chegar.
Atravessei a rua sem olhar.
Quando senti uma força estanha para o alto me jogar.
Aproveitando o improviso, senti-me um pássaro
E mais que depressa cheguei no mar.
Estava sobre ele a plainar suavemente para lá e para cá,
E comecei a me exibir como se o dia não fosse o dia do mundo acabar.
Talvez fosse o dia do pássaro – não lembrei se havia esse dia –
Contudo, o “Dia da Aviação” existia...
Então, me senti um “avião’, uma tremenda e perfeita máquina,
Parte da “Esquadrilha da Fumaça” em dia de comemoração.
Subi bem alto, bem alto, muito alto mesmo!
E de lá de cima, - acho até que muito além do Céu -
De: Ysolda Cabral
Certa de que o mundo ia acabar,
Levantei-me depressa e corri para o mar.
Saí de casa em disparada,
Correndo rua a fora, sem me preocupar.
Corria e conjecturava por que o mundo ia acabar...
Afinal estava tudo tão bonito e certinho no lugar?!
Foi quando passei por um menino e esse começou a gritar:
Corra não “madrinha” você vai cair e se arrebentar!
- O “madrinha” foi terrível, melhor seria “tia”,
Você há de convir e comigo concordar, mas...
Não lhe dei ouvidos, pois tinha pressa de chegar.
Atravessei a rua sem olhar.
Quando senti uma força estanha para o alto me jogar.
Aproveitando o improviso, senti-me um pássaro
E mais que depressa cheguei no mar.
Estava sobre ele a plainar suavemente para lá e para cá,
E comecei a me exibir como se o dia não fosse o dia do mundo acabar.
Talvez fosse o dia do pássaro – não lembrei se havia esse dia –
Contudo, o “Dia da Aviação” existia...
Então, me senti um “avião’, uma tremenda e perfeita máquina,
Parte da “Esquadrilha da Fumaça” em dia de comemoração.
Subi bem alto, bem alto, muito alto mesmo!
E de lá de cima, - acho até que muito além do Céu -
Depois de desenhar para você um coração,
Dei uma cambalhota perfeita – estava leve que nem grão -
E sem pensar em mais nada, muito menos se seria pássaro ou avião,
Mergulhei em queda livre, leve, solta e maravilhosamente linda,
E, fui parar, literalmente, de cara no chão.
Agora estou aqui triste por não ser pássaro e nem avião
De cara quebrada e de moral arrasada
Tentando descobrir o que me matará primeiro:
Será o “Sonho” ou o “Pesadelo”?
Aja coração!
Dei uma cambalhota perfeita – estava leve que nem grão -
E sem pensar em mais nada, muito menos se seria pássaro ou avião,
Mergulhei em queda livre, leve, solta e maravilhosamente linda,
E, fui parar, literalmente, de cara no chão.
Agora estou aqui triste por não ser pássaro e nem avião
De cara quebrada e de moral arrasada
Tentando descobrir o que me matará primeiro:
Será o “Sonho” ou o “Pesadelo”?
Aja coração!
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Publicada tb no Recanto das Letras