De: Ysolda Cabral
A cada dia sinto que a vida nos separa.
Ora agradeço, ora fico indecisa e revoltada.
E, nessa indecisão, sigo tentando não pensar em nada.
O sonho cada vez mais a povoar a minha mente,
Tenho medo de perder a minha semente,
Mesmo sabendo que talvez isso me fizesse um bem de verdade,
Quero continuar na minha desvairada realidade.
Igual a música...
Sou poesia, sou tristeza e sou alegria.
Ressôo, com ou sem acústico, sem muito custo.
A alma se torna notas musicais e eu magia...
Sei que um dia assim serei de fato,
Pois não acredito no que vejo.
Acredito naquilo que sinto e prevejo.
E,assim, vivo sendo levada por um suave vento.
Passo por lugares desconhecidos e lindos,
Onde a dor da saudade que a perda nos trás
Não existe e por onde há apenas PAZ.
As flores são todas perfumadas,
Não são dos jardins retiradas,
Os beija-flores cuidam delas,
Sem receio de perdê-las.
Quem sabe eu já não esteja num lugar assim?
Neste momento, por exemplo, não sei se sou
A música que escuto,
O ar que respiro,
Ou a dor que no peito sinto.
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Publicada também no Recanto das Letras.